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São Luís 413 anos: a herança do reggae que atravessa gerações

Publicada em: 02/11/2025 23:12 -

Reconhecida como “Jamaica Brasileira”, São Luís completa 413 anos nesta segunda-feira (8) com uma marca cultural que atravessa gerações: o reggae. O ritmo jamaicano encontrou na capital maranhense não apenas admiradores, mas também um espaço de recriação, tornando-se parte da identidade da cidade.

 

Ao longo dos séculos, os legados culturais da Capital Nacional do Reggae se manifestaram de diferentes formas. O bumba meu boi e o tambor de crioula mostram a fusão de elementos religiosos e seculares, enquanto o reggae se apropriou do cotidiano da cidade, com seu jeito próprio de dançar, geralmente em pares e de forma próxima. Essas expressões são exclusivas da Ilha do Amor, como São Luís também é chamada.

O reggae também é presença constante entre a população. Segundo a pesquisa Cultura nas Capitais, 22% dos ludovicenses ouvem reggae, três vezes mais do que a média nacional nas capitais, que é de 5%.

 

Norris Cole Jr., filho da cantora maranhense Lady Conceição e do jamaicano Sidney Crooks, fundador do grupo The Pioneers, mantém essa tradição viva. Na última sexta-feira (4), ele lançou o álbum Reggae In a Different Fashion, reunindo composições autorais e reinterpretações de clássicos como Radio With A Difference, de Rappa Robert, e Guns & Drugs, de Yvad Davi. Toda a produção, arranjos e mixagem foram feitos pelo próprio artista.

Seguir a carreira do pai, afirma Junior, é algo natural e motivo de orgulho. “Meu pai fundou os Pioneers e produziu muitos artistas ao redor do mundo. Carrego esse DNA no sangue e sigo a carreira com orgulho”, disse.

 

Desde a infância, ele esteve cercado por grandes nomes do reggae. Aos dez anos, lançou o primeiro single com Cedric Myton, do grupo The Congos, e realizou seu primeiro show diante de uma multidão. Autodidata em bateria e teclado, ganhou seu primeiro instrumento, um teclado, de Eddy Grant, e teve aulas com Obeah Denton, renomado músico jamaicano.

 

A casa da família era ponto de encontro de artistas como Tinga Stewart, Dennis Walks e Keith Poppin, e Junior gravou com Tito Simon e Black Steel. Ele considera essas experiências fundamentais para sua trajetória. “Foi um processo muito natural. Cresci ouvindo muito reggae em casa, cercado por gravações e shows do meu pai e de outros artistas jamaicanos. Quando subi ao palco pela primeira vez, percebi que era isso que eu queria fazer. O reggae falava diretamente comigo”, relatou.

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